terça-feira, 29 de março de 2011

Dia do Maçom - Grandes Maçons

O Hino a Maçonaria

Os Números do Aprendiz Maçom

Os números estão presentes na maior parte das atividades humanas. A ciência, sobre a qual se apoia o edifício da indústria, do comércio e da tecnologia, não existiria sem a presença fundamental dos números.A doutrina tradicional e o esoterismo consideram os números não só por suas propriedades lógicas, aritméticas e geométricas, mas também por seus atributos simbólicos, analógicos e metafísicos. 


A ciência dos números é a base da Gnose. Em seus aspectos gerais, este conhecimento é similar nos Vedas, no I Ching, no Tao Te King, na Cabala, nos mistérios dos santuários da Grécia e na doutrina de Pitágoras.Na Cabala, a decifração dos textos sagrados é feita através do valor numérico e esotérico atribuídos a cada letra do alfabeto hebraico. Na doutrina de Pitágoras, a ciência dos números é a ciência das forças divinas em ação no Universo e no Homem – no Macrocosmo e no Microcosmo. No domínio do absoluto não existem fronteiras entre os conceitos Qualitativo e Quantitativo mas para o Homem eles existem e são fundamentais. Por exemplo, para nós são as tonalidades de uma cor ou de um som que nos impressionam. No entanto, estes atributos podem ser objetivamente determinados através de um número – o seu comprimento de onda. A essência dos problemas com os quais se defrontaram todos os sábios de todas as épocas pode ser resumida em um conjunto de três elementos: o Zero, o Um e o Infinito. (0, 1, 00). A Cabala antecede a série de números, os Sephiroth, por uma fonte não manifesta, o Ain Soph, que os maçons designam por Grande Arquiteto do Universo.

O Zero, uma das definições da Divindade, é a fonte da existência e o Vazio Original no qual essa existência se manifesta. A palavra árabe “Sephir”, vazio, significa valor nulo. Na Itália, o Sephir transformou-se em Zéfiro e, por extensão, em Zero. É a partir do Zero, o Ser Supremo não Manifestado, que se desenvolvem em matemática os conceitos de positivo e de negativo.
Se considerarmos a relação matemática  00 x 0 = 1 (o infinito multiplicado por zero é igual a um) veremos que o 1, isto é, “o primeiro germe do ser”, é igual ao produto do zero, o nada, pelo infinito, o todo. O Nada e o Infinito são dois aspectos diferentes da mesma entidade, do mesmo Criador. O Zero ou Nada é o Ser Incriado em seu estado de inércia. O Infinito, é o Criador em seu estado dinâmico. O produto do Zero pelo Infinito é a ação de Deus sobre si mesmo, produzindo assim o Um, o Universo, que é a sua manifestação no plano real.

O movimento do primeiro átomo de vida provocou o Big-Bang. Esta explosão da unidade original criou o espaço-tempo e todas as dimensões do Universo. Kant definiu a aritmética como sendo a ciência do Tempo e a geometria como a ciência do espaço. Aqui também, temos o espaço e o tempo definidos pelos números. A Multiplicidade procedeu da divisão da Unidade. Metafisicamente considera-se os números como sendo o resultado da divisão do Um. O movimento do Um para o Múltiplo significa o afastamento da Divindade, isto é, a involução. O movimento do Múltiplo para o Um significa a evolução espiritual, a espiritualização da matéria.
No triângulo, símbolo maçonico por excelência, os vértices são constituídos por um ponto e os lados opostos são constituídos por uma infinidade de pontos. Simbolicamente, a evolução espiritual ocorre quando caminhamos sobre um dos lados em direção a um dos vértices do triângulo. Simbolizado também por um ponto no centro de um círculo, o Um concentra em si todas as possibilidades que existiam no zero – o círculo sem o centro.
O Universo procede do Zero. O Um se deduz do Zero através do Infinito. O Zero e o Um constituem a primeira díade. O sistema binário, ou analógico, redescoberto pelo matemático Leibnitz, formado pelo zero e pelo um, é hoje a linguagem universal dos computadores digitais. O movimento do Um deu origem à polaridade. Dois é o primeiro esboço do ritmo e o único número par que também é primo (número primo é o que só é divisível por ele mesmo ou pela unidade). Todos os números são múltiplos de Um,  mas todos eles também podem ser expressos pela soma das potências de dois. Esotericamente, a Díade é o símbolo da instabilidade e da mudança. Com a Díade surge a diferenciação, os antagonismos e a dialética. Segundo Pitágoras, a Díade é a origem das desigualdades e, como consequência, do mal. O número dois é par e, como todos os números pares, é também considerado um número terrestre, lunar e feminino. Em oposição, os números ímpares são considerados divinos, solares e masculinos.

Para se tornar ativa, a Unidade deve multiplicar-se. Deus, sendo um ente perfeito, é superabundante e produz outros seres. Se Deus fosse só Um, estaria encerrado em si mesmo e não seria o Criador Supremo. Se fosse só Dois, produziria o antagonismo e a dissolução. Deus cria eternamente e o Universo, que enche de Suas obras, é uma Criação incessante e infinita. Tudo pode ser compreendido como Um na sua Unidade; como Dois, nos opostos; como Três, nas relações que conciliam os opostos, possibilitando o movimento que forma o equilíbrio e a harmonia. Por volta do ano 600 a. C. Lao Tse escreveu no Tao Te King: “o Tao produziu o Um, o Um produziu o Dois, o Dois produziu o Três e o Três produziu todos os seres. Assim, Deus sendo único em Si mesmo, é tríplice na concepção humana. O Um em Três e o Três em Um é a definição Universal da Divindade. O Ternário é o mais sagrado dos números místicos. Ele é a expressão do Criador.

O Três é também o número da forma, pois não existe corpo que não tenha três dimensões. Todas as religiões atribuem um tríplice aspecto à Divindade. A Cabala, por exemplo, representa Deus por um triângulo. No Sânscrito, Deus é representado pelas três letras A-U-M. A palavra SAM significa Um em Sânscrito e Três em Chinês. A letra hebraica Aleph tem valor numérico Um e valor esotérico Três. Os três pontos maçonicos e o triângulo Rosa-Cruz tiveram a sua origem nessa cosmogonia numeral. O Três encerra a primeira série de números primos ( l,2,3 ). Esta série tem a propriedade única, na qual a sua soma é igual ao seu produto: 1 + 2 + 3  = 1 x 2 x 3 = 6.

Em Loja, as jóias dos Oficiais ilustram o simbolismo da Lei do Ternário. O Nível do 1º Vig.: simboliza a Igualdade; o Prumo do 2º Vig.; exorta a que desçamos às profundezas de nossos corações e elevemos o pensamento às alturas do Grande Arquiteto do Universo. Aqui, parece haver conflito entre a horizontal igualitária do Nível e a vertical hierárquica do Prumo. No entanto, tudo se concilia pela ação do Esquadro que decora a jóia do Venerável Mestre. O Esquadro, dirigindo a ação do Nível e do Prumo, é o instrumento que o Venerável Mestre utiliza com sabedoria, equilíbrio e prudência, orientando a formação e o aperfeiçoamento dos Irmãos, visando o seu crescimento moral e espiritual. 

Rio de Janeiro, 28 de outubro de 2000
Ir.'. Antonio Rocha Fadista 
BIBLIOGRAFIA
Gnose – Estudos Esotéricos -  Boris Mouravieff
Pitágoras – Uma Vida -  Peter Gorman
Tao Te King  -  Lao Tse -  Huberto Rohden
I Ching o Livro das Transmutações -  John Blofeld
A Doutrina Secreta -  H.P. Blavatsky

segunda-feira, 28 de março de 2011

A ORDEM dos TEMPLÁRIOS

A Ordem dos Templários surgiu quando os cristãos perceberam que necessitavam de proteção após conquistar determinados territórios e fortalezas, pois os turcos findavam por retomá-los. Concluiu-se, então, ser necessária uma permanente guarda nesses postos estratégicos e no próprio caminho que ia do Ocidente ao Oriente. Depois que conseguissem libertar Jerusalém, seria preciso que alguém ficasse custodiando, pois, do contrário, a cidade seria retomada tão logo eles voltassem para a Europa. Daí surgiu a idéia de se criar uma espécie de tropa de cavaleiros que permanecesse continuamente em seus lugares.

A primeira ordem a surgir foi a dos hospitalários. Como o próprio nome indica, os hospitalários tinham a finalidade de socorrer os peregrinos, até que eles voltassem para a Europa, propiciando- lhes escolta, abrigo, sustendo e defesa em seu retorno. Entretanto, logo em seguida, viu-se a necessidade de uma tropa que, além de proteger os peregrinos, garantisse militarmente o que eles chamavam de lugares santos, ou seja, Jerusalém, Belém, Nazaré, e também todos os postos intermediários, uma vez que a própria Constantinopla já estava ameaçada pelos turcos.
Foi então que surgiu, precisamente no ano de 1118, a Ordem dos Templários, fundada por um cavaleiro francês, Hugo de Paganis, que idealizou uma agremiação de cavaleiros que se obrigassem por uma regra e que, além disso, vivessem continuamente juntos, o que era uma novidade, à época. Paganis sugeria que os cavaleiros vivessem em mosteiros, como se fossem monges, porque achava que esta era uma forma de aglutinar forças.
Deste modo foi que surgiu a Ordem dos Templários, assim chamada por causa do Templo de Jerusalém, o edifício sagrado tanto para os judeus do Antigo Testamento quanto para os cristãos e, posteriormente, também para os muçulmanos. Para todos esses, Jerusalém era uma cidade santa, e seu templo viria a ser uma espécie de símbolo da união das três religiões. Assim, os Templários tinham como objetivo proteger o templo.
Para não haver desencontros, eles, já na Europa, ficariam reunidos, morando todos em um mesmo lugar. Quando partissem para uma expedição, partiriam todos juntos:
este era o ideal de Hugo de Paganis, que também adotava como norma a pobreza absoluta, para que nenhum deles tivesse qualquer vislumbre de vanglória em ir para o Oriente. O ideal, dizia Hugo de Paganis, seria que cada Templário só pudesse montar a cavalo junto com outro Templário, ou seja, haveria um só cavalo para dois integrantes da Ordem, para que ninguém tivesse sequer um cavalo próprio. É por isso que, no antigo selo da Ordem Templária, pode-se ver um cavalo montado por dois cavaleiros.
O abade de Claraval, Bernardo, um homem de grande prestígio na Idade média, talvez a maior figura de seu tempo, e cuja influência na Igreja, em certo sentido, era até maior que a do Papa, foi consultado a respeito da criação da nova ordem. Aprovou a idéia e tratou de convencer as pessoas da validade do plano desse cavaleiro. O próprio abade, segundo a tradição, redigiu a Regra dos Templários. Mas era preciso conquistar, através de seu prestígio, o apoio das pessoas, que deveriam dar algum dinheiro, para que pudessem construir suas primeiras casas etc. Conta a história que ele teria aproveitado uma oportunidade, quando foi convocado para um concílio, como abade que era de Claraval, em que estavam presentes bispos de várias partes do mundo conhecido. Pediu, então, a palavra e disse: "Estou aqui com um problema e gostaria de pedir opiniões. Fui procurado por quatro ou cinco cavaleiros, liderados por Hugo de Paganis, que querem formar uma associação religiosa e militar ao mesmo tempo".
Isto era uma grande novidade na Europa, pois, até aquele momento, havia a cavalaria e havia os monges, mas não uma ordem militar e, a um tempo, religiosa. Então o abade tentou explicar o que seria essa cavalaria religiosa, ou essa congregação religiosa e militar, proferindo a que se tornou uma das mais belas peças de oratória, que é conhecida pelo nome de "Elogio da Nova Milícia", sendo notável a comparação entre um cavaleiro comum e aquele que viesse a se congregar na Ordem Templária, demonstrando, em certo sentido, que esta última estaria acima da própria cavalaria, um passo adiante - algo mais requintado, uma dedicação ainda maior.


Louis Charpentier afirma que a criação da Ordem dos Templários, mais do que manter um poder religioso-militar no Oriente Próximo, visava a redescoberta da Tábuas da Lei que se encontravam dentro da Arca da Aliança, guardada no Templo de Jerusalém, que fora construído por Salomão para a eterna habitação do Senhor.
O grande interesse de São Bernardo de Claraval pela Arca e pelas Tábuas naturalmente não se prendia apenas ao valor religioso que elas apresentavam, mas, também, pelos capítulos mais importantes e essenciais nelas escondidos cuidadosamente e fora do alcance do público.
Essa parte continha sabedoria antiquíssima, a verdadeira Lei Divina participada a Moisés no monte Sinai, ou escrita por ele mesmo com os conhecimentos adquiridos através de sua iniciação no Egito. Seja qual for o sentido esotérico dos documentos trazidos, o fato é que nas Tábuas não havia mensagens míticas ou considerações vagas que pudessem dar margem a interpretações arbitrárias, pois formava uma enciclopédia compacta e de natureza científica.
Esse era o motivo por que São Bernardo, talvez em consequência das informações dos teólogos e cabalistas judeus, e após uma pesquisa preparatória de muitas reuniões, havia dado ordens a Hugo de Paganis para conquistar a Arca e seu conteúdo inestimável.
Graças ao prestígio de São Bernardo, a Ordem foi aprovada, e imediatamente a Regra passou a ser publicada em toda a Europa, da maneira pela qual se faziam as publicações naquela época (quando não havia imprensa): nas salas de leitura, nas igrejas, nas praças. Com isso surge no Ocidente algo que já havia há muito tempo no Oriente: a conjuração, numa mesma pessoa, dos valores da religião com os valores da guerra. Isto representava, em certo sentido, um caminho novo que se abria no Ocidente.
Os Templários tinham de fazer, de acordo com a regra, o voto de pobreza, isto é, não poderiam ter absolutamente nenhuma propriedade. Todas pertenceriam à Ordem. Apenas os que resolvessem casar-se, mediante uma licença especial, poderiam ter propriedades. Devia, ainda, obediência absoluta ao superior, que era chamado Grão-mestre da Ordem Templária, e castidade.


Havia vários graus dentro da Ordem Templária: Os cavaleiros, que eram os que realmente iam à batalha; os capelães, que entravam na Ordem apenas para ministrar os sacramentos; os sargentos, que ajudavam na arregimentação militar; e os serventes, uma espécie de peões.
Aos poucos a Ordem Templária começou a ser beneficiada por indivíduos ricos que, não tendo herdeiros, e entusiasmados pela Ordem, deixavam-lhe seus bens e propriedades. Esta era, também, uma forma de apoiar o ideal. Daí, surgiu a necessidade de um tesoureiro, que passou a se chamado comendador.
O crescimento da agremiação foi vertiginoso e, em pouco tempo, abrangia praticamente toda a Europa, existindo na França, Inglaterra, Itália, Espanha, Portugal , Alemanha, Polônia e até na Rússia Ocidental havia casa dos cavaleiros Templários, com cem, duzentos ou trezentos membros, com propriedades em volta, provenientes de doações, que os foram tornando poderosos.
O lema dos Templários era "não para nós, Senhor, não para nós, mas para a glória de Teu nome", onde demonstravam humildade absoluta, e que não pretendiam, com suas lutas, nenhuma glória pessoal, mas apenas glorificar o nome de Deus.
Possuíam, também, um voto especial de somente evitar batalha quando houvesse mais de três combatentes do lado oposto, visto que considerava- se uma infidelidade ao voto não combaterem quando os adversários somassem dois ou três, o que exigia heroísmo e sacrifício, tendo muitos morrido por causa disso.
A vestimenta dos Templários consistia em uma cota de malha, para a guerra, como todos os outros cavaleiros, mas com uma espécie de camisolão branco, em que se vislumbrava uma cruz marchetada em vermelho. Esta é a cruz Templária, que é achatada na ponta, usada para distinguir o cavaleiro Templário dos demais. Dentro dos mosteiros, usavam dois tipos de vestimentas: no verão, uma espécie de linho áspero, e, no inverno, lã - apenas uma túnica. Não poderiam colocar mais uma túnica caso estivessem sentindo frio. Era um tipo Franciscano de vida. Aliás, São Francisco foi um grande admirador dos Templários, e muito do espírito Franciscano - pobreza, renúncia, etc., teve inspiração no espírito Templário. Usavam cabelos curtos, numa época em que a moda eram os cabelos compridos, pois consideravam que o tempo que levariam cuidando dos cabelos poderia ser aplicado em coisas mais úteis. Só tinham duas refeições por dia, com ausência de carne durante toda a quaresma. A alimentação era frugal, mas permitia-se, fora da quaresma, o vinho. Além disso, tinham de realizar todos os ofícios canônicos, por exemplo, rezar todos os hinos monásticos, desde a manhã até a noite. Às vezes iam para a batalha cantando estes hinos.
PARTICIPAÇÃO DOS TEMPLÁRIOS NA GUERRA DAS CRUZADAS
A partir da entrada dos Templários na Guerra das Cruzadas, o panorama se modifica inteiramente, por que temos aí uma tropa de elite, que vai para ficar, e não com a expectativa de voltar correndo para casa, como ocorria a todo cruzado. Os Templários iam para ficar até quando fosse necessário. Conquistaram vários postos chave, por exemplo, a ilha de Malta - quase todos os castelos desta ilha, até hoje da maior importância estratégica no Mediterrâneo, foram construídos por eles. Fizeram também as fortalezas de São João do Acre e de Mansuraque, hoje consideradas postos estratégicos no Oriente Médio, devido à sua localização. Havia arquitetos que ingressavam anonimamente na Ordem dos Templários, de modo que não se sabia quem as havia idealizado e desenhado. Cada castelo havia sido construído para atender a uma necessidade, não sendo necessário saber quem fora o autor da obra.
Os Templários participaram ativamente em várias batalhas, fazendo com que todo o esforço guerreiro recaísse sobre seus ombros. Na batalha de Gaza, por exemplo, de trezentos Templários que se envolveram contaram-se apenas dezoito sobreviventes. No cerco de São João do Acre, sustentaram durante dois anos a luta contra os turcos, porque deviam eles ficar lá até que se resolvesse a questão. Com isso, toda a estrutura de guerra melhorou. Quando foi suprimida a Ordem dos Templários, começaram a decair todas as Cruzadas.
Há alguns episódios de heroísmo dos Templários, dignos de serem relatados. Um Templário é preso pelos turcos, que o amarram a uma cruz e o colocam sobre a muralha da cidade, para evitar o ataque dos outros cavaleiros Templários. Mas, ao chegarem estes, o próprio prisioneiro insistiu em que deviam atacar a cidade mesmo ao preço de sua morte. E, realmente, os turcos ficaram muitos espantados quando viram que os cavaleiros se organizaram e marcharam em direção à cidade, imediatamente matando o companheiro com uma lança (com o que se completou o simbolismo da cruz e da lança).
Outro episódio que demonstra o prestígio da Ordem dos Templários, constituindo- se em verdadeiro elogio, foi o do sultão do Oriente que se tornou amigo do rei da Inglaterra. Ele não era, portanto, europeu ou cristão, porém muçulmano. Saladino, talvez um dos maiores reis que o Oriente já teve, pediu ao rei Ricardo: Desejava ser Templário.
A maior honra que este homem vislumbrava, sua maior ambição, não era ser imperador do Sacro Império, nem ser Papa. Ele queria apenas ser Templário, pois nunca havia visto coisa tão digna e maravilhosa quanto os Templários. Ricardo respondeu-lhe que seria ele o primeiro Templário muçulmano, mas isto seria impossível.
Realmente, este foi o maior elogio que a cavalaria recebeu de uma pessoa não europeia e não cristã.
Apesar de tudo, é preciso mostrar, também, o outro lado da medalha. Essa instituição, que foi criada na Europa cristã do século XI, e que realizou todas essas maravilhas, foi também violentamente atacada pelos próprios cristãos, sendo suprimida pelo rei da França, que era a nação mais católica da terra, e pelo Papa. O que iria levar a maior autoridade espiritual e a maior autoridade política da terra a suprimir esta ordem, a mais extraordinária e benéfica que a Europa havia conhecido até então, e que só servia à sua defesa?
O PROCESSO DOS TEMPLÁRIOS
O poder da Ordem Templária era incontestável. Tinha terras, mosteiros, tinha grande poder econômico, porque não utilizavam individualmente o patrimônio: nenhum Templário comprava uma túnica melhor por causa da riqueza, e continuavam vivendo frugalmente nos mosteiros. Mas a Ordem em si era riquíssima, e isto começou a despertar cobiça. O primeiro que teve a idéia de lançar mão sobre os bens dos Templários foi o rei da França Felipe, o Belo. Ele percebeu que poderia consertar as finanças do país quando conseguisse se apoderar dos bens dos Templários. Assim, procurou entrar em contato com um advogado, chamado Nogaret, e disse-lhe que precisava apossar-se das riquezas dos Templários, porque o reino estava na ruína. Nogaret respondeu que somente com o apoio do Papa isto seria possível, pois, do contrário, ele os excomungaria.
O Papa, na época, era Clemente V, um indivíduo que, segundo consta, fora eleito depois de muitas discussões e escrutínios. Além disso, era de temperamento contemporizador, que gostava de por panos quentes, sem tomar nenhuma decisão precipitada, mas também nenhuma atitude firme. E, historicamente, sabe-se que foi eleito graças ao apoio dos cardeais franceses. Felipe fez pressão sobre os cardeais, e estes, por sua vez, começaram a fazer pressão sobre o Papa, o qual, sendo um moderado, um homem do diálogo, começou a achar que talvez fosse interessante convocar o chefe dos Templários para uma conversa. Ele pretendia que os Templários e os Hospitalários se fundissem numa só ordem. A verdade é que os hospitalários não compareceram a esta convocação do Papa, e o único que a atendeu foi o grão-mestre dos Templários, Jacques de Molay, em 1306, o qual descartou qualquer tentativa de desagregação ou justaposição da Ordem dos Templários com qualquer outra ordem, e, deixando claro que não aceitaria nenhuma transferência da Ordem dos Templários para a dos Hospitalários, despediu-se do Papa, pois estava lutando na Síria e tinha de continuar seu trabalho.
Felipe, o Belo, recebendo do Papa a notícia de que era difícil dissolver a Ordem dos Templários, pois não havia nenhuma acusação que justificasse essa dissolução, teve a idéia de acusar os Templários de heresia.
Hereges eram chamados os indivíduos que não professavam integralmente a fé católica.
Conforme a acusação de Felipe, o Belo, os Templários seriam heréticos, pois "não adoravam a Cristo" e "obrigavam todo iniciado a repudiar o Cristo, antes de se tornar Templário". Acusava-os, ainda, de "adorarem um ídolo, chamado Baphomet, em cerimônias ocultas", de "praticarem a sodomia" e de serem "maniqueístas, acreditando existir o Deus do Bem e o Deus do Mal".
Nogaret mandou, então, que se compilassem todas essas acusações , que foram assinadas por onze pessoas e aprovadas por Felipe, o qual, antes que o Papa se pronunciasse, em nome da fé ameaçada, mandou prender todos os Templários que estivessem na França naquele momento. Eles estavam em seus mosteiros quando, de repente, as tropas do rei os cercaram e, obrigando-os a sair, levaram todos para a prisão. Foram submetidos à tortura, às mais horríveis que se possa imaginar, de modo que alguns "confessaram" que "adoravam ídolos", "que não eram cristãos", tudo enfim. Diante deste resultado, Felipe escreveu ao Papa, que ficou apavoradíssimo.
Mas os Templários que conseguiram escapar mandaram um comunicado para o grão-mestre, que estava na Síria, narrando todo o ocorrido. O grão-mestre voltou apressadamente, o que na época significava três ou quatro meses de viagem em navio, para poder ter uma audiência com o Papa. Depois de várias negativas, o Papa finalmente concordou em recebê-lo. Jacques de Molay se mostrou estupefato diante do que tinham tramado contra os Templários; nem quis referir-se ao fato de ter sido uma ordem fundada por São Bernardo, aprovada pela Igreja desde 1118.
Somente após mais de duzentos anos a Igreja teria "percebido" que essa ordem não era Cristã? Um absurdo! Era uma acusação falsa, para destruir a Ordem.
Mas o Papa esquivou-se argumentando que a acusação partira do rei da França e que alguns bispos já a haviam assinado.
Jacques de Molay replicou, pedindo que o Papa mandasse investigar imediatamente as acusações, na França ou em qualquer outro lugar em que os Templários tivessem casas, para ver se estavam fazendo aquilo de que eram acusados. O Papa deu uma resposta evasiva, não confirmando se iria fazer ou não esta investigação. Finalmente, em 26 de novembro de 1309, Jacques de Molay, que estava na França, também foi preso.
Nesse período de dois anos, Felipe, o Belo, já havia começado a executar os Templários que haviam "confessado", antes mesmo da própria condenação de Roma.
E a pena, no caso de heresia e idolatria, era a morte na fogueira. Todos foram queimados vivos.
Jacques de Molay também compareceu aos tribunais do rei Felipe, sendo submetido a um interrogatório malicioso, querendo jogá-lo em contradição consigo mesmo. Chegaram a dizer que a cruz dos Templários não era a cruz de Cristo, tendo Jacques de Molay respondido: "Se o senhor diz isto, então diz que São Bernardo era herético." Imediatamente mudaram de assunto.
Por outro lado, afirmava-se que eles adoravam um ídolo chamado Baphomet, que diziam ser uma mistura de Maomé com Baptista, e isto era uma ofensa para o precursor de Cristo. Jacques de Molay disse que nada tinha a responder, por tratar-se de um grande absurdo.
Com estes argumentos foram encaminhados os autos do processo. Não há um autor, inclusive entre os católicos, que considere legítimo o processo contra os Templários. Foi uma iniquidade total, do princípio ao fim, e tudo foi forjado realmente por Felipe, o Belo, por interesses econômicos. E a fraqueza do Papa foi a de ter capitulado, pois embora soubesse da inocência dos Templários, o Papa cedeu ao rei da França.
Após a morte de Jacques de Molay, morreram mais de 2.500 Templários, a maior parte em fogueiras, em quase todos os países da Europa. Seguindo o exemplo do rei da França, também o rei da Inglaterra fez o que pode para tomar os bens dos Templários. Não obstante, muitos cavaleiros fugiram para a península Ibérica. Ali, curiosamente, o rei Dom Diniz não quis perseguir os Templários, de vez que não ficara convencido de sua culpabilidade. Por fim, o Papa dissolveu, oficialmente, a Ordem dos Templários, proibindo que qualquer pessoa realizasse cerimônias Templárias dali por diante.
Conta-se que Jacques de Molay, quando estava na fogueira, teria gritado: "Felipe e Clemente, eu os espero no tribunal de Deus!"
Jacques de Molay morreu no dia 18 de março de 1314.
Oficialmente, a Ordem dos Templários estava suprimida.
O PROSSEGUIMENTO DO IDEAL DA ORDEM TEMPLÁRIA
Houve, porém, como é sabido, a fuga de alguns cavaleiros para Portugal. O rei Dom Diniz, depois de acolhê-los, sabendo que estavam acostumados ao regime monástico há muito tempo, resolveu criar uma ordem para eles. Mas para que o Papa não suspeitasse que eram Templários, nem fossem perseguidos por algum sicário do rei da França, ele criou a Ordem de Cristo, permitindo que o emblema continuasse sendo o mesmo da Ordem dos Templários, o que, por um mistério, passou desapercebido.
Então, os Templários perceberam que seu caminho estava barrado, mas que podiam continuar com seu ideal, fazendo alguma coisa. Isto é o que significa total aniquilamento do próprio ego: eles continuaram lutando pela cristandade, apesar do Papa e pela Europa, apesar do próprio rei! Isto é levar o espírito de renúncia ao grau de heroísmo.
Os sobreviventes levaram algo das riquezas da ordem para Portugal. Segundo muitos historiadores, os empreendimentos das descobertas do rei de Portugal, no começo da era das descobertas, toda aquela iniciativa, que custava muito caro, foi financiada com o ouro dos Templários.
Dom Manoel, o Venturoso, que reinou durante a era das descobertas, mandou colocar nas caravelas, talvez por um desígnio providencial e divino, a Cruz da Ordem de Cristo, para que não restasse dúvida de que aquilo era obra dos Cavaleiros Templários. E é por isso que encontramos, no primeiro marco português em nossas terras, não as quinas portuguesas, mas a Cruz Templária. Abre-se, então, um caminho para a pesquisa. Há historiadores que afirmam que o descobrimento do Brasil não foi causal, porque os Templários tinham um conhecimento elevadíssimo de geografia, pois estudavam, nos mosteiros, coisas que então se ignoravam. Um núcleo, provavelmente ultra-secreto, dos Templários, formando a liderança da Ordem, dispunha, por meio do uso das Tábuas da Lei, de um conhecimento ainda hoje fora do alcance da humanidade. Exemplo disso foi a racionalização e a "revolução" da agricultura. No tempo do florescimento da Ordem dos Templários surgiu a arquitetura gótica. Curiosamente este aparecimento foi repentino, e não o resultado de um crescimento orgânico e lento. O gnosticismo não cresceu da arquitetura romana, que o precedeu. Era algo completamente novo. Enquanto a arquitetura romana baseia-se numa força que age de cima para baixo, os arcos pontudos da catedral gótica baseiam-se exatamente no princípio contrário. Enquanto a cúpula romana pode cair, se mal construída, um arco gótico pode explodir. Em resumo, pode-se dizer que os arquitetos romanos, com toda sua inteligência, aplicaram nas suas construções uma técnica pouco diferente daquela usada pelos construtores megalíticos, quando amontoavam pedras pesadas umas sobre as outras. Já a catedral gótica exige um conhecimento muito maior, tais como dados científicos, tradicionalmente recebidos ou geometricamente calculados e recalculados constantemente. Ora, isso superava amplamente os conhecimentos da época.
E talvez tenha sido esse o motivo da inveja, e também o motivo pelo qual eles foram acusados de "feitiçaria" e de "idolatria", possivelmente relacionadas a experimentações científicas e alquímicas, num momento em que quem tivesse um pouco mais de cultura já estava quase a caminho da heresia. É evidente que o rei de Portugal quis dar um atestado de reconhecimento aos Templários.
Esta teoria pode mudar a perspectiva histórica: o descobrimento do Brasil não teria sido casual, mas algo premeditado pelo geógrafos da Ordem de Cristo, que conheciam as terras do lado de cá do mundo, através de suas tradições e de seus conhecimentos. Existe até uma alegoria que nos mostra que a terra do Brasil é a única que tem como constelação a Cruz de Cristo (o Cruzeiro do Sul, que está exatamente em acima do Brasil), e tem o único mapa em que , longitudinalmente, se pode inscrever a forma da cruz. Essa é toda uma simbologia relacionada com o profundo estado de união mística, com as coisas mais elevadas, ao qual os Templários já haviam chegado.
Fica, então, quase fora de dúvida que teriam sido os Templários a descobrir o Brasil. Não uma expedição do rei de Portugal, mas uma expedição dos Templários, sob a capa do rei de Portugal, agora com o nome de Ordem de Cristo.


O PRESTÍGIO DOS TEMPLÁRIOS
O prestígio dos Templários, através dos séculos, foi tão grande que várias outras associações reivindicaram filiação Templária, umas com mais, outras com menos razão. Como é sabido, a Ordem Rosa Cruz se diz descendente dos Templários; também a Franco-Maçonaria reivindica, orgulhosamente, a descendência Templária. Isto é um sinal de que o prestígio dos Templários, apesar da perseguição de que foram vítimas, é tal que, depois de séculos, continua havendo pessoas prestigiosas na sociedade que se orgulham de ser suas herdeiras. É preciso lembrar, também, que a Ordem Templária foi destruída, mas o espírito Templário é indestrutível. Podem cair os sistemas que os homens constroem, mas a centelha do ideal é indestrutível, e este ideal de dedicação dos Templários teria, depois, seguidores, imitadores e continuadores.
De qualquer maneira, eles deram um exemplo à humanidade, numa determinada época histórica, que por acaso foi a Idade Média; mas poderia ter sido a Idade Antiga, o século XX, XXI ou XXII, pois a sua obra é, em certo sentido, eterna e permanente. A afirmação de que a vida humana não é só ganhar dinheiro, alimentar-se bastante e com isso ter vida folgada, mas que se deve voltar para as coisas superiores, esta é a mensagem dos Templários. Toda a significação se resume nisso, chegando até a conciliação que é aparentemente inconciliável, a guerra e a religião - no entanto, eles conseguiram realizar esse ideal. E com isso deram um exemplo para todas as Idades. O espírito Templário continuará existindo. Podemos ser Templários hoje, sem túnica de tela ou de linho, sem usar a insígnia da Cruz Templária: basta que reconheçamos que existem valores com um alcance maior do que o de qualquer outro na terra, os valores do espírito. Se adotarmos essa postura, se admitirmos que a maior luta é a luta de lealdade, frente a frente, se tivermos um ideal de justiça, se nos colocarmos ao lado do mais fraco para defendê-lo, para limitar o poder do mais forte, a Ordem dos Templários continuará existindo, não terá sido destruída, apesar das fronteiras do tempo.
Ir. Cav. Waldemartins Bueno de Oliveira – KTP.
Osasco-SP. Brasil
Fonte: Revista Planeta Nº. 144 Setembro/1984
Revista Thot Nº.23 1981. Os Templários - Adelino de Figueiredo Lima ‑ Edit. Bradil S/A-1972.
Formatação e ligeiras correções: Aquilino R. Leal * 02/2011 * Lima Duarte * Minas Gerais * Brasil
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MENSAGEM ESPITUAL (SEPHER YETZIRAH)


Três coisas estão em poder do Homem: as mãos, os pés eos lábios; três coisas não estão em poder do Homem: os olhos, as orelhas e as janelas do nariz.

Existem três coisas dolorosas de se ouvir: a maldição, a blasfêmia e a má notícia; existem três coisas agradáveis de se ouvir: a benção, o elogio e a boa notícia.

Três olhares são maus: o olhar do adultero, o olhar do ladrão e o olhar do avarento; três coisas são agradáveis de se ver: o olhar o pudor, o olhar da franqueza e o olhar da generosidade.

Três odores são maus: o odor do ar corrompido, o odor do vento pesado e o odor dos venenos; três odores são bons: o odor das espécies, o odor das festas e o odor dos aromas.

Três coisas são más para a língua: a tagarelice a calúnia e a hipocrisia; três coisas são boas para a língua: o silêncio, a reserva e a sinceridade.

Formatação: Ir.'. Aquilino R. Leal.
Folha Maçônica.

AS 7 LIÇÕES DO BAMBU

Depois de uma grande tempestade, o menino que estava passando férias na casa do seu avô, o chamou para a varanda e falou:
Vovô, corre aqui! Me explica: como esta figueira, árvore frondosa e imensa, que precisava de quatro homens para abraçar seu tronco se quebrou, caiu com vento e com chuva, e este bambu tão fraco continua de pé?
Filho, o bambu permanece em pé porque teve a humildade de se curvar na hora da tempestade. A figueira quis enfrentar o vento. O bambu nos ensina sete coisas. Se você tiver a grandeza e a humildade dele, vai experimentar o triunfo da paz em seu coração.
A primeira verdade que o bambu nos ensina, e a mais importante, é a humildade diante dos problemas, das dificuldades. Eu não me curvo diante do problema e da dificuldade, mas diante daquele, o único, o princípio da paz, aquele que me chama, que é o Senhor.
Segunda verdade: o bambu cria raízes profundas. É muito difícil arrancar um bambu, pois o que ele tem para cima ele tem para baixo também. Você precisa aprofundar a cada dia suas raízes em Deus na oração.
Terceira verdade: Você já viu um pé de bambu sozinho? Apenas quando é novo, mas antes de crescer ele permite que nasçam outros a seu lado (como no cooperativismo). Sabe que vai precisar deles. Eles estão sempre grudados uns nos outros, tanto que de longe parecem com uma árvore. Às vezes tentamos arrancar um bambu lá de dentro, cortamos e não conseguimos. Os animais mais frágeis vivem em bandos, para que desse modo se livrem dos predadores.
A quarta verdade que o bambu nos ensina é não criar galhos. Como tem a meta no alto e vive em moita, comunidade, o bambu não se permite criar galhos. Nós perdemos muito tempo na vida tentando proteger nossos galhos, coisas insignificantes que damos um valor inestimável. Para ganhar, é preciso perder tudo aquilo que nos impede de subirmos suavemente.
A quinta verdade é que o bambu é cheio de “nós” (e não de eu’s). Como ele é oco, sabe que se crescesse sem nós seria muito fraco. Os nós são os problemas e as dificuldades que superamos. Os nós são as pessoas que nos ajudam, aqueles que estão próximos e acabam sendo força nos momentos difíceis. Não devemos pedir a Deus que nos afaste dos problemas e dos sofrimentos. Eles são nossos melhores professores, se soubermos aprender com eles.
A sexta verdade é que o bambu é oco, vazio de si mesmo. Enquanto não nos esvaziarmos de tudo aquilo que nos preenche, que rouba nosso tempo, que tira nossa paz, não seremos felizes. Ser oco significa estar pronto para ser cheio do Espírito Santo.
Por fim, a sétima lição que o bambu nos dá é exatamente o título do livro: ele só cresce para o alto. Ele busca as coisas do Alto. Essa é a sua meta.


Aquilino R. Leal Î outubro/2010 Î Minas Gerais Î Brasil
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sábado, 26 de março de 2011

A EGRÉGORA MAÇÔNICA

Quando os Maçons pensam no conceito de egrégora, por vezes perguntam-se: Haverá mais de uma egrégora para a Maçonaria - isto é, será que cada Grande Loja ou Grande Oriente tem uma egrégora diferente ou separada?


Ao ingressarmos na Maçonaria, passamos a integrar um corpo unificado de homens do mundo inteiro. Embora nossos membros sejam inscritos numa Potência especifica, segundo seu Ritual, todas as Potências formam um só grupo, com um único propósito comum: Tornar qualquer pessoa apta a viver em harmonia com as forças cósmicas construtivas, criativas, para a consecução de saúde, felicidade e paz. Em seu conjunto, as Potências fazem isso preservando e difundindo os ensinamentos maçônicos.

Quando nos reunimos para perseguir uma meta comum, desenvolvemos uma consciência grupal. Todos os nossos pensamentos conscientes individuais são unificados num só pensamento grupal. Dessa união advém um estado de consciência que, em termos místicos, é tido como sendo maior do que nossos pensamentos individuais. Aprendemos em nossos ensinamentos Maçônicos que, quando dois ou mais de nós nos reunimos num esforço conjugado, criamos algo maior que a soma de nossos esforços individuais.

Essa consciência compartilhada flui como um continuum com o inconsciente, permitindo que nos harmonizemos com a mente universal, tornando-se um esforço global de um só. Nosso esforço conjunto se torna uma expressão da mente cósmica.

Aprendemos que tudo o que já existiu existe agora e sempre existirá. Portanto, a essência dessa consciência cósmica grupal é eterna.

UMA DEFINIÇÃO MAIS DIRETA

Embora os Maçons tenham um sentimento interior do que seja a Egrégora, muitos desejam ainda receber uma definição mais direta e objetiva. Neste sentido entendemos que a Egrégora é uma entidade terrena ou mundana e espiritual ou divina, formando uma unidade ativada pela energia do pensamento. Em termos muito simplificados, estamos falando de uma expressão de consciência grupal.

A Egrégora é muito mais do que a sinergia obtida em um grupo no qual os componentes têm todos o mesmo objetivo. Enquanto que a sinergia pode ser o resultado da união de mentes para o bem ou para o mal, a Egrégora só pode ser o resultado da união do pensamento positivo para conseguir algo de bom em favor da Humanidade.

Como membros da Maçonaria Universal, fazemos parte da Egrégora da Ordem. Estamos psiquicamente ligados á essência de todo Maçom que já existiu. Temos acesso, em planos superiores a todo pensamento maçônico que já ocorreu.

Quando participamos em iniciações e rituais maçônicas em nossos Templos, harmonizamo-nos com essa vivificadora Egrégora, estejamos ou não conscientes disso.

Egrégora meus irmãos, não é uma palavra que se possa simplesmente procurar num dicionário. Obscura como é em seu emprego, é preciso pesquisar suas raízes. Uma definição literal de Egrégora "reunido ou agrupado no mais elevado" e pode ser encontrada nas raízes do grego e do latim antigos. O vocábulo grego ageiro significa ''EU REUNO “e uma agor é uma assembléia. Em latim, greg é uma companhia de pessoas. O vocábulo latino agregare significa ''UNIR NA MAIS ALTA MASSA OU SOMA''. As palavras inglesas aggregate e gregarius (agregar e gregário, em português) derivam dessas raízes. Uma outra palavra inglesa, agregraus (egrégio, em português), aumenta a compreensão do caráter singular do vocábulo egrégora. Derivada do latim, egrégio, em seu sentido arcaico, significa” apartado do rebanho... Destino, excelente “. Essas palavras e suas raízes antigas em grego e latim nos dão um discernimento mais profundo quanto ao significado místico do uso de egrégora”.

Embora a Egrégora possa realmente ser associada à consciência global, é muito mais do que isto. Para compreendermos os princípios místicos subjacentes ao conceito de Egrégora, bem como suas implicações superiores importantes lembrarmos o axioma maçônico "pensamentos são coisas". Este axioma indica que os pensamentos estão associados a alguma substância. Portanto, quando falamos na essência do pensamento, queremos dizer isto literalmente visto que há substância no pensamento.

"O PODER DA EGRÉGORA” ‘

Um dos motivos pelos quais nossos rituais são tão poderosos, espiritualmente, assenta na tradição secular em que eles estão fundados. Eles se tornaram um poderoso foco de consciência. A energia acumulada de séculos se manifesta durante esses rituais.

Essa energia pode ser assemelhada a um grupo de pessoas empurrando uma bola de neve. Quanto mais a rolam, maior ela se torna. Quanto maior o grupo de pessoas que empurram a bola de neve, mais energia ela atrai e utiliza, tornando-se ainda maior e mais poderosa. Se o grupo pára de empurrar a bola de neve, ela pára de crescer. Se a negligência a expõe a um ambiente incompatível, como de calor, a bola de neve diminui. Sua natureza se modifica. Por analogia, quanto mais iniciados se harmonizam com a vibração da tradição maçônica, tanto mais a Egrégora dessa antiga tradição cresce em energia. Portanto, cabe-nos respeitar a natureza da Egrégora de nossa amada Ordem. Com toda a intensidade, devemos continuamente aumentar e repor essa energia sagrada.

A egrégora é o resultado de alguma coisa. É o resultado de todo nosso pensamento criativo, tanto no plano exotérico quanto no plano esotérico de consciência, seja qual for a Potência Maçônica a que pertençamos.

Todo grupo tem sua egrégora. Se nos unirmos a um grupo religioso, tornamos-nos parte da egrégora dessa religião. Se nos unirmos a uma orquestra sinfônica, tornamo-nos parte da egrégora das orquestras sinfônicas e podemos nos harmonizar com essa vibração.

Quando ingressamos na maçonaria, tornamo-nos parte de uma família sagrada e mundial e assim escolhemos participar na egrégora da ordem. Estivéssemos ou não consciente disso, começamos a acrescentar e extrair o poder da tradição maçônica. Se decidirmos nos retirar da ordem completamente, física e psiquicamente, apartamo-nos de sua egrégora.

Em nossos estudos, etc, quando escrevemos sobre a hierarquia, estamos falando no contexto da egrégora. A hierarquia mundana ou terrena é tradicionalmente composta de membros acima de certo grau. A hierarquia esotérica ou hierarquia celestial "refere-se a um grupo de seres espirituais distribuído em nove ordens de três tríades cada. Essas nove ordens constituem uma escada celestial, sendo a tríade mais espiritualmente avançada ou elevada a mais próxima da mente cósmica, as demais se encontrando num estágio menos avançado".

Neste ponto é importante lembrar a definição de egrégora já apresentada: "É uma assembléia entidades terrenas ou mundanas e espirituais ou divinas, formando uma unidade hierárquica ativada pela energia do pensamento". Em manuscritos antigos, essa hierarquia celestial é descrita como um corpo cósmico ou celeste de governantes secretos, cada qual num nível diferente. Tudo se enquadra nas nove classificações ou divisões baseadas na antiga lei do triângulo, ou trindade, com três seções gerais, cada qual com três divisões, perfazendo nove divisões desse corpo de hostes cósmicas.

Além dessa informação proveniente de antigos manuscritos, textos maçônicos falam também em termos de trinta e três planos ou estágios de consciência cósmica anímica, o que podemos compreender em vários graus. Desses trinta e três planos, três são de natureza tão elevada, espiritual e infinita, que conhecemos muito pouco a seu respeito e só podemos sentir sua verdadeira natureza após a transição. Nove têm função específica de que podemos ter alguma compreensão; e de tempos a tempos fazemos contato com sete delas. Tais contatos são feitos por harmonização esotérica.

Do exposto pode-se perceber que, a despeito de nossos esforços para definir e compreender intelectualmente o conceito de egrégora, alguns aspectos desse principio místico estão velados em mistérios e só podem ser apreendidos pelo processo de iniciação e iluminação.

EGREGORA MAÇÔNICA (A ENERGIA UNIVERSAL BÁSICA)

Consideremos algumas manifestações universais conforme as percebemos ao nosso redor. Acima de tudo, declaramos que, por todo o espaço e em todas as coisas, há uma grande força ou energia que parece vitalizar todos os seres animados e que parece também existir em todas as coisas inanimadas. Para ajudá-los a compreender que de fato existe essa energia, recomendamos que leiam em boa enciclopédia assuntos como:

AGREGAÇÃO E DESAGREGAÇÃO

Não é necessário que leiam tudo o que esteja escrito sobre estes assuntos, mas, apenas o suficiente para aprenderem que em todos eles se faz referência a alguma força, energia, ou algum poder, presente em toda matéria. Qual é a verdadeira diferença entre agregação e desagregação? O que estas palavras tentam explicar é a diferença entre os métodos pelos quais a mesma energia opera ou se manifesta em diferentes momentos. O simples fato de que há alguma força na matéria que uma é positiva e outra negativa. Um exemplo comum de agregação, como descreve o dicionário Aurélio é reunir-se, congregar-se, juntar-se, associar-se, viver em união, em harmonia, no entanto é o lado positivo. Desagregação é desunir, separar (o que estava agregado). Separar-se é a desarmonia, pois é o lado negativo.

Um dos importantes princípios fundamentais dos nossos ensinamentos é o seguinte: A força ou energia que existe em toda matéria, e que torna a matéria ativa ou a faz existir, é uma força que nós maçns chamamos de espírito. Sabemos que os irmãos já ouviram este termo muitas vezes, mas com outros significados. Ouvimos falar do espírito que existe no mundo, no corpo ou em Deus; uma força ou energia imponderável difícil de identificar. Quando falamos em espírito, não nos referimos à coisa alguma de natureza religiosa. Por este termo designamos a energia ou força responsável pelas manifestações ou expressões materiais. Nunca nos referimos à alma ou Eu interior, quando falamos em espírito. Além disto, em nosso uso do termo espírito, não há relação alguma com a definição usada pelos espíritas ou por sacerdotes. Dizemos isto com o devido respeito, à guisa de explicação.

Enviado pelo Ir.'. Ivan Luiz Soares