RESUMO: Este artigo procura tratar das origens do Templo de Jerusalém, considerado o símbolo da união entre os hebreus, a materialização da Aliança a representação do seu contato com Deus. A edificação deste Templo teve como base as medidas repassadas a Moisés no Monte Sinai, quando da entrega dos Mandamentos. Moisés edificou o Tabernáculo, um Templo portátil, que serviu de abrigo a Lei e ao culto enquanto os hebreus vagavam pelo deserto, até que conquistassem Canaã e erigissem o seu Templo definitivo, no Monte Moriá em Jerusalém, tarefa que coube ao Rei Salomão.
Texto concebido para apresentação em Sessão de Grau de Aprendiz Maçom na Aug\ e Resp\ Loj\ Simb\ "Cavaleiros da Luz" Nº 60, Or\ de Cornélio Procópio, filiada à GRANDE LOJA DO PARANÁ. Apresentação, ocorrida no dia 21 de Maio de 2003 da E\ V\.
Texto concebido para apresentação em Sessão de Grau de Aprendiz Maçom na Aug\ e Resp\ Loj\ Simb\ "Cavaleiros da Luz" Nº 60, Or\ de Cornélio Procópio, filiada à GRANDE LOJA DO PARANÁ. Apresentação, ocorrida no dia 21 de Maio de 2003 da E\ V\.
Introdução:
Em um artigo recente, tratamos das “Escolas do Pensamento Maçônico”[1], sendo que colocamos sobre as origens da Maç\, realizando então um estudo breve sobre as citações que foram feitas pelo Ir\ Joaquim Gervásio de Figueiredo, historiador e pesquisador Maç\, em sua obra "Dicionário de Maçonaria". Nesta obra, colocou-se a sobre a importância do Antigo Testamento da Bíblia, para a simbologia maçônica:
" (...) As origens da Ordem Maçônica se perdem nas brumas da Antigüidade. Sendo que os escritores maçônicos do século XVIII especularam sua história sem o devido espirito critico ou cientifico, baseando seus conceitos em uma crença (quase) literal na história e na cronologia do Antigo Testamento (...)” (FIGUEIREDO: 1998, p239)
No conjunto do Antigo Testamento, destacamos a figura do Rei Salomão e do Templo de Jerusalém, primeiramente por ele edificado, como essenciais ao pensamento, a compreensão e a compreensão do ideal maçônico.
O Templo de Jerusalém, foi a grande obra arquitetônica dos hebreus, símbolo do orgulho e da unidade nacionais e no seu entorno concentraram-se as atividades pertinentes a vida religiosa e, como não poderia deixar de ser, e também a vida política da nação, como era característicos das sociedades do Antigo Oriente (GIORDANI: 1987, p247).
Os MMaç\ de uma forma geral atribuem uma importância extrema ao Templo de Jerusalém, em especial ao construído por Salomão, filho de Davi, Rei de Israel, confirmada esta importância por José Castellani:
" (...) Os Templos Maçônicos, da mesma maneira que as Igrejas, têm a sua origem no Tabenáculo Hebreu e no templo de Jerusalém; a semelhança entre eles e as igrejas é devida ao fato de ambos serem construídos, na Idade Média e no Início da (Idade) Moderna, pelo Maçons de ofício, que eram, principalmente construtores de templos, membros de associações monásticas ou de associações leigas dirigidas pela Igreja. Sendo a Igreja herdeira direta do judaísmo, não é de se estranhar que seus Templos fossem baseados no santuário de Jerusalém
Analisando-se as duas construções religiosas hebraicas, pode-se Ter uma idéia de sua influência sobre a orientação e a decoração dos Templos Maçônicos (...)” (CASTELLANI: 1996, p163)
Todas as atribuições simbólicas do Templo em Jerusalém, talvez não poderiam ser todas exemplificadas neste trabalho, que se pretende seja realizado em nível de Aprend\Maç\, e que apresenta como o objetivo principal e central, realizar um estudo, sobre a construção deste Templo, sua importância para a consolidação do monoteísmo judaico e para a Simbologia Maç\. Inicialmente trataremos do Tabernáculo Hebraico, posteriormente utilizado como modelo por Salomão, na edificação do Templo, que foi reconstruído pelo menos outras duas vezes.
Tabernáculo - O Templo Precursor:
O Tabernáculo Hebraico, cujo nome em grego significa Tenda (em hebraico, suká), era o santuário (mishcán) usado pelos hebreus quando eram nômades e vagavam pelo deserto após a saída do Egito. Chamado também de Tenda da Reunião, era no Tabernáculo que eram realizados os serviços religiosos, até a chegada em Canaã. O Tabernáculo era, portanto, um Templo móvel, que podia ser montado e desmontado conforme as necessidades de transferência dos povos nômades. Segundo a Bíblia, Moisés recebeu no Monte Sinai as instruções para construir este Templo portátil, para a guarda da lei e que deveria acompanhar o povo durante a sua peregrinação (CASTEL-LANI: 1996, p163).
As medidas do Tabernáculo, como já dito, teriam sido repassadas por Deus (Javé) diretamente a Moisés e serviram de referência para a construção do Templo em Jerusalém, e para as demais reconstruções que se fizeram necessárias e possíveis:
" (...) Este Santuário consistia num templo em tenda e num único átrio circundante
O Templo tinha 30 CV de comprimento por 10 CV de largura e de altura. Na fachada, tinha 5 colunas; uma parte superior de 4 CV de cortina caindo sobre as colunas, como se fosse um entablamento; e uma cortina de abrir e fechar, do cimo das colunas até ao fundo, que tapava os restantes 6 CV de baixo. No interior, era dividido em 2 compartimentos: o Santo, de 20 CV de comprimento por 10 de largura e de altura; e o Santo do Santos, com 10 CV de comprimento, de largura e de altura. Entre o Santo e o Santo dos Santos, havia 4 colunas e uma outra cortina dependurada do cimo ao fundo, que servia de porta.
Caixa de texto: O átrio tinha 100 CV de comprimento por 50 CV de largura, e era cercado por cortinas de 5 CV de altura, presas em colunas espetadas no chão. A cortina da porta era a oriente e media 20 CV de largura por 5 CV de altura. Era uma porta tripla, com 2 colunas no meio e outras 2 a delimitá-la dos lados. As cortinas que circundavam o átrio mediam, portanto, metade da altura do Templo.
O altar dos holocaustos era de bronze e media 5 CV de comprimento e de largura por 3 CV de altura. Não teria, portanto, nenhuma rampa
As medidas do Tabernáculo, como já dito, teriam sido repassadas por Deus (Javé) diretamente a Moisés e serviram de referência para a construção do Templo em Jerusalém, e para as demais reconstruções que se fizeram necessárias e possíveis:
" (...) Este Santuário consistia num templo em tenda e num único átrio circundante
O Templo tinha 30 CV de comprimento por 10 CV de largura e de altura. Na fachada, tinha 5 colunas; uma parte superior de 4 CV de cortina caindo sobre as colunas, como se fosse um entablamento; e uma cortina de abrir e fechar, do cimo das colunas até ao fundo, que tapava os restantes 6 CV de baixo. No interior, era dividido em 2 compartimentos: o Santo, de 20 CV de comprimento por 10 de largura e de altura; e o Santo do Santos, com 10 CV de comprimento, de largura e de altura. Entre o Santo e o Santo dos Santos, havia 4 colunas e uma outra cortina dependurada do cimo ao fundo, que servia de porta.
Caixa de texto: O átrio tinha 100 CV de comprimento por 50 CV de largura, e era cercado por cortinas de 5 CV de altura, presas em colunas espetadas no chão. A cortina da porta era a oriente e media 20 CV de largura por 5 CV de altura. Era uma porta tripla, com 2 colunas no meio e outras 2 a delimitá-la dos lados. As cortinas que circundavam o átrio mediam, portanto, metade da altura do Templo.
O altar dos holocaustos era de bronze e media 5 CV de comprimento e de largura por 3 CV de altura. Não teria, portanto, nenhuma rampa
Confirmando as dimensões e o formato do Tabernáculo Hebraico, Castellani coloca que o mesmo era formado por um série de quatro tendas sobrepostas, sendo a mais interior delas o “Santo dos Santos”, onde ficava guardada a Arca da Aliança.
Confirmação da Existência do Tabernáculo:
Durante muito tempo a maioria dos estudiosos achavam que o Tabernáculo seria apenas uma lenda, um mito criado pelos hebreus e posteriormente incorporado a Bíblia. A confirmação de que povos do Oriente Médio utilizavam-se de Templos em forma de tenda, foi conseguida pelo arqueólogo israelense Beno Rothenberg, que descobriu um pequeno ídolo em forma de serpente de bronze que era cultuado em um santuário em forma de tenda, na região bíblica das minas de cobre, em Timna:
Confirmação da Existência do Tabernáculo:
Durante muito tempo a maioria dos estudiosos achavam que o Tabernáculo seria apenas uma lenda, um mito criado pelos hebreus e posteriormente incorporado a Bíblia. A confirmação de que povos do Oriente Médio utilizavam-se de Templos em forma de tenda, foi conseguida pelo arqueólogo israelense Beno Rothenberg, que descobriu um pequeno ídolo em forma de serpente de bronze que era cultuado em um santuário em forma de tenda, na região bíblica das minas de cobre, em Timna:
"(...) Quanto a serpente de bronze, trata-se de um sinal, de forças mágicas para curar os feridos (...) até no Templo em Jerusalém teria existido a efígie de tal ídolo (...) um sábio alemão, H. Gressmann, opinou que a “serpente de bronze” bíblica deve ser proveniente dos mitannitas, como os quais os israelitas entraram em contato, em sua passagem pelo deserto.
Segundo a Bíblia, os mitannitas descendiam de Quatura, mulher de Abraão (...) e Jetro, um sacerdote mitannita, era o sogro de Moisés, cujas palavras e conselhos o genro ouviu e aceitou (...)Teria sido Jetro que os israelitas deviam o estranho culto da serpente
A pequena e delicada serpente, de brilho dourado, estava no tabernáculo de um santuário de tenda. Esse detalhe constitui o coroamento da descoberta, feita por Rothemberg, pois com esse achado marcou um tento arqueológico-bíblico de extraordinário alcance, visto que desde o século XIX críticos da Bíblia das mais diversas tendências e ‘escolas’ sempre puseram em dúvida a existência daquele santuário, do tabernáculo, do qual a Bíblia fala tão explicitamente e fornece tantos detalhes (...)” (KELLER: 2000, p168-169)
Foram encontrados os buracos dos postes, e até mesmo pedaços dos tecidos dos toldos. Estes achados vieram a confirmar primeiro a existência e por fim a utilização destes santuários móveis pelos povos dos desertos, para a realização de seus trabalhos religiosos.
Conclusões:
O que nos cabe por fim destacar em relação ao Tabernáculo de Moisés, é que suas medidas foram depois transpostas para a construção que o Rei Salomão conduziu no Monte Moriá, e que se transformou no símbolo da unidade judaica: o Templo de Jerusalém.
Outra conclusão é resta muitos pontos a pesquisar sobre o Tabernáculo, principalmente sobre os instrumentos e objetos utilizados no culto, com certeza muito se encontraria em relação a Ordem Maçônica.
Outro ponto a destacar, é o fato de que devido a complexidade do tema “Templo de Jerusalém”, outros artigos deveram ser escrito em continuidade a este sobre o Tabernáculo, artigos que já estão sendo trabalhados por sinal e que em breve deverão ser expostos e divulgados e agrupados a este em uma publicação maior.
BIBLIOGRAFIA:
CAMINO, Rizzardo da; CAMINO, Odéci Schilling da. Vade Mécum do simbolismo Maçônico. São Paulo: Madras, 1999;
CASTELLANI, José. O Rito Escocês Antigo e Aceito: História, Doutrina e Prática. 2ª ed, Londrina: A Trolha, 1996;
CERONI, Marcello Francisco. O Surgimento da Maçonaria. Brasília: Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil (CMSB), 2000;
FIGUEIREDO, Joaquim Gervásio de. Dicionário de Maçonaria. São Paulo: Editora Pensamento, 1998,
GIORDANI, Mário Curtis. História da Antiguidade Oriental. 8ª ed. Petrópolis: Vozes, 1987;
GRANDE LOJA DO PARANÁ. Maçonaria: um informativo para quem não é maçom. Curitiba: Grande Loja do Paraná, 2000;
KELLER, Werner. E A Bíblia Tinha Razão. 25ª ed. São Paulo: Melhoramentos, 2000.
KOSHIBA, Luiz. História: origens, estruturas e processos. São Paulo: Atual, 2000
LINHARES, Marcelo. História da Maçonaria: Primitiva, Operativa e Especulativa. 2ª ed. Londrina: A Trolha, 1997.
O TEMPLO PROVISÓRIO DE MOISÉS: Tenda da Reunião. Disponível em Acesso em 10 Mai 2003;
· Obreiro do Quadro da Aug\ e Resp\ Loj\ Simb\ "Cavaleiros da Luz" Nº 60, Or\ de Cornélio Procópio, Auspiciada pela GRANDE LOJA DO PARANÁ, tendo sido iniciado em 25 de junho de 1997, Secretário por duas vezes e atual Chanceler;
· Professor Graduado e Pós-Graduado em História e Geografia;
· Docente do Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná - CEFET-PR, Unidade de Cornélio Procópio;
· Docente do Quadro Próprio do Magistério da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, lotado no Colégio Estadual “Castro Alves” Ensino Fundamental, Médio e Profissional, em Cornélio Procópio.
Segundo a Bíblia, os mitannitas descendiam de Quatura, mulher de Abraão (...) e Jetro, um sacerdote mitannita, era o sogro de Moisés, cujas palavras e conselhos o genro ouviu e aceitou (...)Teria sido Jetro que os israelitas deviam o estranho culto da serpente
A pequena e delicada serpente, de brilho dourado, estava no tabernáculo de um santuário de tenda. Esse detalhe constitui o coroamento da descoberta, feita por Rothemberg, pois com esse achado marcou um tento arqueológico-bíblico de extraordinário alcance, visto que desde o século XIX críticos da Bíblia das mais diversas tendências e ‘escolas’ sempre puseram em dúvida a existência daquele santuário, do tabernáculo, do qual a Bíblia fala tão explicitamente e fornece tantos detalhes (...)” (KELLER: 2000, p168-169)
Foram encontrados os buracos dos postes, e até mesmo pedaços dos tecidos dos toldos. Estes achados vieram a confirmar primeiro a existência e por fim a utilização destes santuários móveis pelos povos dos desertos, para a realização de seus trabalhos religiosos.
Conclusões:
O que nos cabe por fim destacar em relação ao Tabernáculo de Moisés, é que suas medidas foram depois transpostas para a construção que o Rei Salomão conduziu no Monte Moriá, e que se transformou no símbolo da unidade judaica: o Templo de Jerusalém.
Outra conclusão é resta muitos pontos a pesquisar sobre o Tabernáculo, principalmente sobre os instrumentos e objetos utilizados no culto, com certeza muito se encontraria em relação a Ordem Maçônica.
Outro ponto a destacar, é o fato de que devido a complexidade do tema “Templo de Jerusalém”, outros artigos deveram ser escrito em continuidade a este sobre o Tabernáculo, artigos que já estão sendo trabalhados por sinal e que em breve deverão ser expostos e divulgados e agrupados a este em uma publicação maior.
BIBLIOGRAFIA:
CAMINO, Rizzardo da; CAMINO, Odéci Schilling da. Vade Mécum do simbolismo Maçônico. São Paulo: Madras, 1999;
CASTELLANI, José. O Rito Escocês Antigo e Aceito: História, Doutrina e Prática. 2ª ed, Londrina: A Trolha, 1996;
CERONI, Marcello Francisco. O Surgimento da Maçonaria. Brasília: Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil (CMSB), 2000;
FIGUEIREDO, Joaquim Gervásio de. Dicionário de Maçonaria. São Paulo: Editora Pensamento, 1998,
GIORDANI, Mário Curtis. História da Antiguidade Oriental. 8ª ed. Petrópolis: Vozes, 1987;
GRANDE LOJA DO PARANÁ. Maçonaria: um informativo para quem não é maçom. Curitiba: Grande Loja do Paraná, 2000;
KELLER, Werner. E A Bíblia Tinha Razão. 25ª ed. São Paulo: Melhoramentos, 2000.
KOSHIBA, Luiz. História: origens, estruturas e processos. São Paulo: Atual, 2000
LINHARES, Marcelo. História da Maçonaria: Primitiva, Operativa e Especulativa. 2ª ed. Londrina: A Trolha, 1997.
O TEMPLO PROVISÓRIO DE MOISÉS: Tenda da Reunião. Disponível em Acesso em 10 Mai 2003;
· Obreiro do Quadro da Aug\ e Resp\ Loj\ Simb\ "Cavaleiros da Luz" Nº 60, Or\ de Cornélio Procópio, Auspiciada pela GRANDE LOJA DO PARANÁ, tendo sido iniciado em 25 de junho de 1997, Secretário por duas vezes e atual Chanceler;
· Professor Graduado e Pós-Graduado em História e Geografia;
· Docente do Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná - CEFET-PR, Unidade de Cornélio Procópio;
· Docente do Quadro Próprio do Magistério da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, lotado no Colégio Estadual “Castro Alves” Ensino Fundamental, Médio e Profissional, em Cornélio Procópio.
Faltou colocar meu nome como autor do texto! Atenciosamente ROBERTO BONDARIK
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